sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Último Mestre do Ar


Duração: 103 minutos.

            No mundo de uma era distante coexistem quatro grandes nações: a da água, a do ar, a da terra e a do fogo.   Em cada tribo há pessoas com habilidades de dominar seus respectivos elementos.  Para ajudar a manter o equilíbrio entre as nações, e consequentemente entre os elementos, existe o Avatar, uma pessoa com a habilidade de dominar os quatro elementos.  Esse Avatar existe através das gerações, renascendo alternadamente em cada uma das nações, podendo ser homem ou mulher – sendo sempre o mesmo espírito.
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            Aang, um menino monge da nação do ar, é a reencarnação atual do Avatar.  Mas quando descobre quem é foge, relutante em aceitar seu destino.  É pego por uma tempestade e acaba congelado num iceberg.  Cem anos se passaram, durante os quais a nação do fogo passou a dominar as outras nações. (Observem que o Avatar não morreu.  Por isso não podia se reencarnar.  Assim, o mundo passou cem anos sem seu fator de equilíbrio.)  Dois jovens da tribo da água do sul, Sokka e Katara, encontram Aang e o retiram do gelo.  Mas ele é logo descoberto por Zuko, filho banido do rei da nação do fogo.  Só com a entrega do Avatar a seu pai ele poderá recuperar a honra.
            Aang é capturado, mas consegue fugir e segue com seus amigos até a terra dos nômades do ar onde fora criado.  Descobre, então, o tempo que se passou e que a nação do fogo, sabendo que o Avatar era nascido na nação do ar, matou todos os dominadores de ar, incluindo seus amigos monges. 
            Agora ele terá que assumir seu papel de Avatar para combater a tribo do fogo e trazer novamente o equilíbrio ao mundo.  Mas antes, terá que aprender a dominar os outros três elementos.

            O filme é baseado na série animada da Nickelodeon  Avatar – a lenda de Aang. 
            Muitos críticos não gostaram do filme.  Mas creio que isso seja por causa do diretor, que, dizem, fez excelentes filmes antes.  Então, para os críticos que olham a carreira do diretor, foi uma queda violenta.  Sinceramente, prefiro ver a arte pela arte e não pelo artista.  E muitos filmes não são feitos para ser arte e ganhar Oscar.  São simplesmente bons entretenimentos lucrativos.  Este é um destes.
            O enredo é bem simples e facílimo de acompanhar.  No entanto, não é o bem contra o mal tão preto no branco assim.  Não se trata simplesmente de derrotar a tribo do fogo e sim de restaurar o equilíbrio.  E quem viu o desenho verá que Aang terá um aliado improvável.
            O visual é bom.  Embora alguns critiquem o uso excessivo do azul e laranja.  Mas o confronto no filme é entre a tribo da água do norte (azul = frio, mar) e a tribo do fogo (laranja = quente).  Difícil escolher outras cores.
            Os efeitos especiais são bons, embora não surpreendam.  As lutas também agradam.
            Destaque para algo que realmente marca o filme e principalmente a animação: o estilo de dominação dos elementos.  Os autores foram muito felizes em não colocar a dominação como um tipo de “força” que você simplesmente focaliza e move um objeto.  A dominação é feita através de uma bela coreografia baseada nos movimentos de algumas artes marciais, tendo sido escolhido um estilo para cada elemento.  Esse diferencial tornou a animação muito interessante de se ver e já inspirou muitos cosplays.

 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dexter - 3ª temporada


Um homem de família e bom amigo.  (?)

            Um planejamento mal sucedido leva Dexter a matar uma pessoa desconhecida, o irmão caçula do principal assistente do promotor, Miguel Prado.  Este, buscando vingança, vai a caça do principal suspeito e surpreende Dexter já fazendo o serviço.  Este alega legítima defesa.  Mas mesmo assim Miguel se mostra grato e procura fazer amizade com Dexter e com o tempo o induz a um novo serviço e finalmente descobre seu segredo.  Agora nosso “herói” tem finalmente um amigo com o qual pode ser sincero. Mas em visões, projetadas pela mente de Dexter, seu pai lhe adverte sobre o quão perigosa pode ser essa amizade.  Será?  Um assassino em série frio e meticuloso pode realmente ter um amigo em quem confiar?
            E pai de família?  Pode ser?
            É até engraçado comparar o assexuado Dexter da primeira temporada com o macho no cio dos primeiros episódios da terceira.  Mas sejamos justos, a culpa é da Eva, digo, Rita.  Quem manda ficar oferecendo a maçã...
            Resultado: bebê a caminho.  E agora, papai?
            Para que tudo fique nos conformes, ele e Rita resolvem se casar.
            Parece que a vida, fingida ou não, insiste em seguir seu caminho.  

           
            Tá, e o grande vilão da temporada?
            Bem, até tem um criminoso em série que esfola suas vítimas até matá-las.  Mas este acaba ficando em terceiro plano, atrás do Dexter-amigo-do-peito e Dexter-pai.
             
            Apesar do personagem continuar se afastando do que era na primeira temporada, ainda continua muito interessante.  Principalmente quando tenta se adaptar a uma vida normal que insiste em se lhe impor. 
            Sua narrativa em primeira pessoa ao fundo agora foi enriquecida com o diálogo com seu pai.  Este parece ter se tornado a personificação de sua consciência, ou, na eventual falta desta, de seu código de conduta.  Mas ele também representa um certo conflito entre as duas gerações.
            Dexter acredita que seu pai se matou ao descobrir o monstro que ajudara a criar.  Um provável sentimento de fracasso como pai.  E agora aquele mostro será pai.  Também fracassará?

Dexter 1ª temporada
Dexter 2ª temporada 




sábado, 15 de janeiro de 2011

Batman Begins


Duração: 139 minutos.

            Um criminoso mata os pais de Bruce quando este ainda é criança.  Anos mais tarde este criminoso é preso e liberado em troca de um testemunho contra um chefão do crime na cidade.  Bruce resolve matá-lo, mas sua vingança lhe é roubada.  Após confrontar o tal chefão, Bruce descobre que este domina a cidade pela força do medo.
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             A fim de conhecer melhor o mundo do crime, o jovem bilionário vaga sem os benefícios de sua fortuna até ser preso em Butão como um criminoso.  Mas ele é reconhecido e recrutado pela Liga das Sombras, um grupo de ditos vigilantes tipo ninjas, que o treinam em suas artes. 
            De volta a Gothan, Bruce usa suas novas habilidades e alguns inventos de alta tecnologia esquecidos na empresa de seu pai para se tornar um combatente do crime.
            E numa cidade onde a corrupção está em toda parte, até na polícia, nosso herói terá um bocado de trabalho.

            Finalmente um filme realmente bom sobre o personagem.  Em nada se compara ao até cômico Batman da série dos anos 70 e nem com o do filme de 1989 e suas sequências.  Mas isso não é de se espantar.  Afinal evoluimos.  A cultura, os conceitos e as artes acompanham ou influenciam essa evolução. 
            Agora o nosso Batman está mais verossímil. 
            Afinal, você nunca se perguntou onde que o batmóvel móvel foi fabricado?  No filme as origens, tanto do herói quanto de seus brinquedinhos, são explicados de forma satisfatória.
            O enredo, baseado em boas HQ’s do personagem, foi muito bem escrito.  Conseguiu dar boa consistência a ação, sem ser apenas uma desculpa para ela.  E não chega a ser complicado a ponto de ter que rever as cenas para juntar as peças.  É só prestar atenção à tela, se deleitar com a ação e comer a pipoca. 




sábado, 1 de janeiro de 2011

A Origem



Duração: 148 minutos.

            Tem certeza que você está acordado?

            O mundo moderno criou um novo tipo de ladrão: o de informação.  Não, não o que rouba os dados de sua conta bancária.  É o que rouba a informação escondida na mente.  Para isso tem que se entrar nela.  E o melhor caminho é através dos sonhos.
            Essa é a especialidade de Don Cobb.  Acusado de matar sua esposa, ele foge dos EUA, deixa para trás seus filhos e busca uma forma de voltar sem ser preso.
            Com um aparelho desenvolvido pelos militares que compartilha sonhos entre os indivíduos conectados, ele e sua equipe criam um mundo virtual para sua vítima e com estratégias bem definidas conseguem extrair a informação alvo.  (Qualquer semelhança com Matrix será mera coincidência?)  Sua última missão falha e ele é encontrado por Saito, seu alvo.  Mas este vê nas habilidades de Don uma oportunidade e lhe faz uma proposta.  Com a influência (=dinheiro) que tem, ele poderá providenciar o retorno dele ao EUA com o nome limpo.  Mas para isso terá que implantar uma idéia na mente do herdeiro de seu concorrente, que já beira à morte.
            Aí está o problema e o desafio.  Roubar uma ideia é fácil.  Implantá-la em fulano e este pensar que é originalmente dele é que é muito difícil.  Para fazer isso Cobb forma uma equipe de especialistas capaz de pensar em todos os detalhes de um plano perfeito e capaz de lidar com diversos improvisos do caminho. 
            A fim de que a ideia pareça original, terão que descer três níveis nos sonhos.  Cada nível é um sonho dentro do outro.  Tipo quando se acorda de um sonho e se descobre que ainda está sonhando e acorda novamente. E o tempo em cada nível é diferente.  Cinco minutos na vida real equivalem a uma hora de sonho.  E cinco minutos no primeiro nível equivale a uma hora no nível seguinte e assim por diante.
            Mas ao invadirem a mente do alvo, descobrem que ele foi treinado para se defender dessas invasões.  Agora a equipe terá que cumprir a missão lidando com os agentes do subconsciente do alvo (uma espécie de anti-corpos mental).  E sem saberem, terão também que lidar a interferência da culpa subconsciente de Cobb na forma projetada de sua esposa.

            O enredo é muito bom e também muito complexo.  É do tipo que vai lhe dando as peças do quebra-cabeças ao longo da história para uni-los mais a frente.  Se você piscar e perder uma peça, ficará perdido na trama.  Não é indicado para quem gosta de filme tipo “pronto para beber”.  Neste, (in?)felizmente é necessário pensar e rápido.
            A ação também é de primeira.  Principalmente depois que iniciam a missão.  O roteirista soube manter um bom nível de ação e tensão desde a primeira cena.

            E afinal de contas, é “a origem” de quê?
            Não faço a menor ideia.  E se alguém souber me diga.
            No original, o título Inception se refere ao processo de implantação da ideia.  Talvez, forçando muiiiito a barra, quiseram se referir a origem da ideia implantada.

            Bom filme, boa trama, bom enredo, boa ação e longa duração.  Prepare o Home Theater, a pipoca, desligue o celular, não chame a namorada ou amigos, coloque o cartaz de “não pertube” na porta e (ufa!) bom entretenimento.


Aprendiz de Feiticeiro

Duração: 111 minutos

            O feiticeiro Merlim (sim, aquele do rei Arthur) teve três aprendizes:  Balthazar Blake,  Verônica e Maxim Horvath.  Este último o trai na luta com sua arqui-inimiga, a feiticeira Morgana.  Para salvar Balthazar, Verônica lança um feitiço que aprissiona o espírito de Morgana em seu corpo. Mas esta começa a dominar o espírito de Verônica.  Balthazar então lança um feitiço que prende Verônica em um recipiente e, consequente, Morgana. Nesta luta Merlim é ferido e passa a Balthazar um anel de dragão que lhe indicará o primeiro merliano, o único que poderá realmente derrotar Morgana.  Com um feitiço que o impede de envelhecer até que cumpra sua missão, este passa os séculos seguintes procurando o jovem que será este merliano.
            Numa excursão escolar, o pequeno Dave se afasta do grupo e vai parar numa loja de antiguidades onde conhece Balthazar.  Este lhe mostra o anel que reage ao menino.  Mas o poder do anel leva também a libertação de Horvath.  Para detê-lo, Balthazar se prende com seu inimigo num jarro.  O menino sai correndo e é encontrado pela professora.
            Dez anos e muitas terapias depois, o jovem nerd Dave está na faculdade, onde reencontra seu amor de infância, Becky Barnes, e tenta atrapalhadamente conquistá-la.  Para ajudar, ressurgem os fantasmas de seu passado que conseguiram sair do jarro.  Enquanto Harvath procura pelo recipiente onde está Morgana, Balthazar ensina a Dave a arte da feitiçaria, para que este possa detê-la.

            Parece que Harry Potter continua fazendo seguidores, embora não tão bons quanto.  
            Apesar de ser da Disney, ou talvez por isso, o enredo é um pouco fraco e previsível. Até a cena em que Dave põe os esfregões para trabalhar com magia, numa clara referência ao filme “Fantasia”, não surpreende.  Deixa aquela sensação de “esperava que algo assim acontecesse” devido ao título. A produção até que é boa, mas podia ser bem melhor.  E a luta final merecia ir além das bolas de energia no estilo Dragon Ball.
            Nomes de peso no elenco procuram dar certa credibilidade ao filme.  Mas esse truque só serve para aumentar a bilheteria, as espectativas e a dose de frustração. Usar uma musa como Monica Bellucci para fazer uma ponta com meia dúzia de palavras é um senhor desperdício.
            No geral você vê o filme e no final diz “bom” sem muita convicção. Vale o aluguel que se paga para vê-lo no Home Theater comendo uma pipoca com as crianças.  Mas para o cinema teve opções melhores para o valor dos ingressos.




O Grande Mestre

A história do mestre de Bruce Lee

            O filme é baseado na vida de Yip Man, o mestre de Kung Fu de Bruce Lee.  Pode-se dividi-lo em duas partes.
            Na primeira mostra a vida de Yip Man em seu cotidiano.  Ele é herdeiro de uma família rica, por isso não trabalha.  Seu tempo é dividido entre seu filho, sua esposa e o treinamento do seu estilo de Kung Fu, o Wing Chun, com o qual não perdeu nenhuma luta.  Sua vizinhança é cheia de academias de Kung Fu, mas ele se recusa a abrir uma. O filme não mostra, mas isso se deve a um pacto com seu antigo mestre de não ter discípulos (veja o link da biografia).
            Sua invencibilidade é novamente testada quando um grupo de lutadores chega à cidade querendo abrir um dojo (academia).  Para ganharem credibilidade, o líder deles desafia e vence os mestres locais.  Mas descobrem que só conseguiram o devido respeito se vencerem Yip Man.   Este é forçado a aceitar e novamente vence, aumentando o respeito da cidade por ele e o interesse de muitos em ser seus discípulos.
            Na segunda parte mostra a cidade já arrasada com a 2ª Guerra Mundial e a invasão e opressão do exército imperial japonês.  Yip Man perde sua casa e sua fortuna, tendo que trabalhar para não passar fome.  
            Aproveitando-se da fome do povo, o comandante japonês faz uma espécie de torneio local entre os chineses e os japoneses.  Se o chinês vencer, ganha um saco de arroz.  Numa dessas lutas um mestre conhecido de Yip Man é covardemente assassinado, o que o irrita e o faz desafiar e derrotar dez japoneses de uma só vez.  Mas não aceita o prêmio.  Pega apenas o saco de arroz que seu amigo tinha ganhado e entrega a família deste.
            Esta vitória impressiona o comandante japonês, que passa a insistir com Yip em um desafio pessoal.  Ele se recusa, mas a opressão dos japoneses o força a aceitar.
           
            Normalmente os filmes de artes marciais possuem boas cenas de lutas inverossímeis e um enredo fraco, que serve apenas de desculpa para as lutas.
            Este filme é diferente.  Tem um enredo com uma boa dose dramática sem deixar de lado as boas cenas de lutas.  E apesar dele ser baseado em fatos reais, com certeza as lutas não são. Mas os exageros até que foram bem contidos.