sábado, 19 de março de 2011

Solomon Kane


Duração: 104 minutos

            Solomon Kane foi um capitão do tipo pirata e era muito mau.  Tão mau que o Diabo mandou um de seus emissários requisitar sua alma, que já lhe pertencia.  Conseguindo fugir, Solomon se refugia num monastério onde usa símbolos religiosos em seu corpo e orações para se esconder do Diabo.  No entanto, após um ano, ele é expulso do monastério.  Os monges sabem que ele tem que encontrar seu próprio caminho para a redenção.  No caminho uma família religiosa peregrina lhe acolhe.  Mas tarde essa família é atacada por forças do mal e a jovem donzela é raptada.  O religioso pai da moça, a beira da morte, pede a Solomon que a resgate e que assim será redimido dos seus pecados do passado.  Nem precisava tanto.  Mas uma promessa de remissão a uma alma atormentada é uma ótima recompensa e uma grande motivadora.  Logo ele segue atrás das forças do mal com a missão de trazer de volta a jovem para os braços de sua mãe.
           
            Filme baseado nas HQ’s de Solomon Kane, um puritano que lutava contra as forças do mal.  Tinha suas estórias publicadas nas revistas de Conan.  Não é difícil encontrar algumas de suas aventuras na internet.
            Quem vê o filme, pode sentir que está vendo outro Van Helsing.  Por pouco os personagens não são idênticos.  Mas o Solomon me parece mais interessante, com seus conflitos interiores de culpa, arrependimento e busca de redenção.  E isto é praticamente o centro do enredo, sendo a luta contra o mal um pano de fundo para uma boa dose de ação.  Para quem gosta de filosofar, pode-se dizer que essa luta contra as forças do mal representa seus próprios conflitos interiores.
            Tecnicamente o filme é bem feito, tem um enredo bom e mantém um ritmo adequado a um filme de aventura.
            A crítica parece não ter gostado do filme.  Mas eu, sim.  Sim, porque acredito que uma obra boa é aquela que atinge seu objetivo.  E não creio que com esta obra quiseram ficar em primeiro lugar na cerimônia do Oscar.  Se o objetivo é um bom entretenimento para os fãs do gênero – e este é meu objetivo ao alugar – então o filme é, sim, bom.


Medo da Verdade


            O certo a ser feito é sempre o melhor a ser feito?
                                                                                                                       


        Uma menininha é raptada numa vizinhança de Boston.  Sabendo que muitos moradores locais não falarão com a polícia, a tia da menina contrata um casal de detetives que cresceram no bairro para que usem seus contatos.  Estes se unem a dois detetives da polícia e juntos seguem uma linha de investigação que levará a uma grande questão:  fazer o certo sabendo que os resultados podem ser ruins ou fazer o errado sabendo que os resultados serão bons.

         A estória é muito bem escrita e tem um bom ritmo.   Mas é preciso ficar um pouco atento para não perder o “fio da meada”.   
         O  tom policial e a tensão prende mesmo a gente e garante umas duas horas de muito bom entretenimento.  Mas não posso explorar mais o enredo sem estragar a estória.  Então vou só recomendar o filme para os amantes de um bom suspense policial.  Aproveitem.




Bolt: Supercão

Duração: 97 min.


Bolt é um super-cão que com seus superpoderes proteje sua jovem dona de criminosos que raptaram o pai dela.  Bem, ao menos é isso que os produtores de um seriado querem que o cão pense.  Assim não terão que fazê-lo representar.  E quando numa das cenas sua dona é raptada, ele consegue fugir do set e acidentalmente vai parar em New York, do outro lado do país.  E agora, vivendo no mundo real e fazendo uma jornada de volta para casa, descobrirá que não tem nada de super. E com a ajuda de novos amigos verá que ser normal não é tão ruim assim. 

            Confesso que no início fiquei um pouco chateado com a enganação.  Quem aluga o filme é induzido também a achar que o personagem é um super-cão.  E essa ilusão se quebra logo nos primeiros minutos do filme, quando revelam o set de filmagem da série.  Mas isso não estraga o filme, só estraga a espectativa que se tinha dele. 
            Fazer uma jornada de auto-conhecimento é comum em muitas culturas, sendo em algumas um ritual de passagem para a vida adulta.  O enredo é basicamente isso.  Bolt sai de New York pensando ser um alguém que lhe convenceram que ele era e chega a sua casa sabendo exatamente quem de fato é.  E se vê muito feliz assim mesmo.
            Ainda preferia uma animação com o super-cão e muita ação do que um enredo filosófico.
            No mais a animação é muito agradável e bem trabalhada.  E embalada por uma bela música chamada “latindo para a Lua” que teve uma versão dublada muito bem feita.