quinta-feira, 21 de abril de 2011

RED - Aposentados e Perigosos


Duração:  111 minutos


            Frank Moses é um agente aposentado da CIA que de repente se vê alvo de atiradores profissionais.  E acaba descobrindo que está numa lista negra de sua ex empregadora.  Para descobrir o porquê disso ele se unirá a antigos amigos e inimigos.
            O filme é basicamente de ação, e boa ação.  Mesmo o enredo sendo simples ele prende a atenção e concede um bom entretenimento.  O bom elenco com nomes de peso como Bruce Willis no papel principal e mais John Malkovich e Morgan Freeman ajuda bem.
            Bom lembrar que o filme é baseado em quadrinhos, o que normalmente ajuda casar bem ação e enredo.
            Curiosidade.  RED – vermelho em inglês – é sigla de retired, extremely dangerous (“aposentado, extremamente perigoso”).
            

A Lenda dos Guardiões


Duração: 90 minutos.

Soren é uma jovem coruja que cresceu ouvindo o pai contar as lendas das corujas guardiãs, que lutaram no passado contra as forças do mal.  Mas quando ele e seu irmão caem da árvore onde sempre viveram e chegam ao chão, território desconhecido, são “resgatados” do perigo por duas corujas que as levam com muitas outras para serem recrutadas pelos Puros – as corujas do mal.  Lá, Soren, que ainda não sabia voar, é secretamente treinado por uma velha coruja com o objetivo de fugir e buscar a ajuda das corujas guardiãs.   Agora nosso pequeno herói terá que se juntar aos lendários e combater o mal.

O enredo em si é bem simples.  O bem contra o mal num estilo meio medieval.  O diferencial, é claro, são as corujas no lugar dos humanos.  E só.  Não há nada no enredo que realmente impressione ou faça soltar uma boa gargalhada.
O que impressiona mesmo, e muito, é a produção.  As corujas são quase perfeitas.  E a qualidade de algumas cenas de ação em câmera lenta é de arregalar os olhos.  Dá para pensar até que usaram penas de verdade.  Um bom filme para testar sua nova TV de LED de 50”. 



Alexandria


127 minutos.
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            No final do quarto século de nossa era uma mulher é filósofa e professora em Alexandria, no Egito.  Seu nome é Hipátia.   Ela é amada por um de seus alunos, Orestes, que mais tarde se tornará prefeito, e por seu escravo Davus, que após libertado, irá se unir aos cristãos, mais por rancor e rejeição aos deuses pagãos do que propriamente por aceitação a Cristo. 
  A cidade e sua famosa biblioteca são praticamente o centro do conhecimento da época.  No entanto, além das paredes da biblioteca a cidade vive um conflito religioso.  O Cristianismo, antes perseguido, passou a ser “tolerado” por força de lei.  Um conflito aberto agora se faz.  Os cristãos atacam a religião pagã e seus inúmeros e tradicionais deuses.  O conflito vai das palavras à ação e uma guerra civil se estabelece, com os cristãos cercando a biblioteca.  Esta é saqueada e dominada por estes.   Os cristãos passam a dominar a cidade e os perseguidos passam a perseguir, proibindo os cultos aos deuses pagãos.   Mas anos depois outro conflito vai se iniciar, desta vez contra os judeus (vale lembrar que apesar de Cristo ser judeu, estes não o aceitaram como o Messias prometido).
Em meio a toda essa confusão, Hipátia está mais preocupada é com o movimento dos astros, tentando compreender a órbita da Terra.  Mas inevitavelmente acaba se envolvendo nas questões políticas e por isso atacada pelos cristãos – que passam a considerá-la uma bruxa.
           
            O filme tem um roteiro muito bem escrito e uma ótima produção.  E acaba levantando questões interessantes.
            Primeiro, o quanto a religião é usada como ferramenta de poder.  No filme vemos políticos se convertendo ao cristianismo após esta se tornar religião oficial.  E vemos líderes cristãos usando seu posto com ambições políticas. 
            Segundo, o papel da mulher nesta sociedade.  Para os cristãos a mulher tinha que se calar perante o homem.  E Hipátia era uma mulher ativa, muito a frente de seu tempo.
            Terceiro, o conflito religião versus conhecimento, como se este fosse uma afronta ao Senhor. 

            É um filme bom de se ver como entretenimento e melhor ainda como instigador dessas questões nada ultrapassadas – infelizmente.

Roma – 1ª temporada


              Ano 52 a.C.  Júlio César vence a batalha de Alésia e também recebe a notícia da morte de sua irmã, esposa de Pompeu.  Com o fim desse laço de família e fortalecido pela vitória, César começa uma batalha política com seu ex-cunhado. 
            Interessante que César tem a simpatia do povo cansado do desprezo da elite e quer, na verdade, derrubar a república e formar um império.  Já Pompeu, que tem a simpatia dos poderosos, que manter a república (res publica – coisa pública?).
            Em meio a esse jogo de poder vivem dois legionários. Lúcio Voreno, um soldado de forte moral, ética e religioso e Tito Pulo, um soldado forte fisicamente e que só quer curtir a vida.  Os dois se tornam improváveis amigos e enfrentam juntos as diversidades que a época lhes impõe.
            Ligados a esses personagens há vários outros que formam uma rede de intrigas sociais e jogos perigosos de poder que culminam no assassinato de Júlio César no senado (tô estragando alguma surpresa?).

            A série foi muito bem escrita e muito bem produzida também.  Uma produção digna de uma superprodução de cinema.  Tanto que de tão cara tiveram que cancelá-la na segunda temporada.
            O grande mérito é o realismo com que recriaram a vida social da época.  Não é a Roma que vê nos clássicos filmes.  É uma Roma antes de seu apogeu, com uma elite aristocrática que não tá nem aí para o povão.   Uma cidade cheia de vielas, suja, pichada com desenhos obscenos e de vidas promíscuas.  E a série não poupa esse tipo de realismo, sendo os nus e cenas não explicitas de sexo comuns.  Se vê de tudo.  Cenas de homosexualismo feminino e masculino e até incesto (uma sociedade sem preconceitos...).
            Para quem aprecia uma boa produção e não tem pudor de certas cenas, os doze episódios da temporada proporcionam um bom final de semana de entretenimento e aprendizado histórico.