sábado, 1 de janeiro de 2011

A Origem



Duração: 148 minutos.

            Tem certeza que você está acordado?

            O mundo moderno criou um novo tipo de ladrão: o de informação.  Não, não o que rouba os dados de sua conta bancária.  É o que rouba a informação escondida na mente.  Para isso tem que se entrar nela.  E o melhor caminho é através dos sonhos.
            Essa é a especialidade de Don Cobb.  Acusado de matar sua esposa, ele foge dos EUA, deixa para trás seus filhos e busca uma forma de voltar sem ser preso.
            Com um aparelho desenvolvido pelos militares que compartilha sonhos entre os indivíduos conectados, ele e sua equipe criam um mundo virtual para sua vítima e com estratégias bem definidas conseguem extrair a informação alvo.  (Qualquer semelhança com Matrix será mera coincidência?)  Sua última missão falha e ele é encontrado por Saito, seu alvo.  Mas este vê nas habilidades de Don uma oportunidade e lhe faz uma proposta.  Com a influência (=dinheiro) que tem, ele poderá providenciar o retorno dele ao EUA com o nome limpo.  Mas para isso terá que implantar uma idéia na mente do herdeiro de seu concorrente, que já beira à morte.
            Aí está o problema e o desafio.  Roubar uma ideia é fácil.  Implantá-la em fulano e este pensar que é originalmente dele é que é muito difícil.  Para fazer isso Cobb forma uma equipe de especialistas capaz de pensar em todos os detalhes de um plano perfeito e capaz de lidar com diversos improvisos do caminho. 
            A fim de que a ideia pareça original, terão que descer três níveis nos sonhos.  Cada nível é um sonho dentro do outro.  Tipo quando se acorda de um sonho e se descobre que ainda está sonhando e acorda novamente. E o tempo em cada nível é diferente.  Cinco minutos na vida real equivalem a uma hora de sonho.  E cinco minutos no primeiro nível equivale a uma hora no nível seguinte e assim por diante.
            Mas ao invadirem a mente do alvo, descobrem que ele foi treinado para se defender dessas invasões.  Agora a equipe terá que cumprir a missão lidando com os agentes do subconsciente do alvo (uma espécie de anti-corpos mental).  E sem saberem, terão também que lidar a interferência da culpa subconsciente de Cobb na forma projetada de sua esposa.

            O enredo é muito bom e também muito complexo.  É do tipo que vai lhe dando as peças do quebra-cabeças ao longo da história para uni-los mais a frente.  Se você piscar e perder uma peça, ficará perdido na trama.  Não é indicado para quem gosta de filme tipo “pronto para beber”.  Neste, (in?)felizmente é necessário pensar e rápido.
            A ação também é de primeira.  Principalmente depois que iniciam a missão.  O roteirista soube manter um bom nível de ação e tensão desde a primeira cena.

            E afinal de contas, é “a origem” de quê?
            Não faço a menor ideia.  E se alguém souber me diga.
            No original, o título Inception se refere ao processo de implantação da ideia.  Talvez, forçando muiiiito a barra, quiseram se referir a origem da ideia implantada.

            Bom filme, boa trama, bom enredo, boa ação e longa duração.  Prepare o Home Theater, a pipoca, desligue o celular, não chame a namorada ou amigos, coloque o cartaz de “não pertube” na porta e (ufa!) bom entretenimento.


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