Duração: 108 minutos.
Nina Sayers é uma jovem bailarina muito dedicada. Com o anúncio de uma nova versão de O Lago do Cisne surge sua grande oportunidade. Será escolhida uma nova bailarina para representar as irmãs gêmeas, que são o Cisne Branco e Cisne Negro. Para o Cisne Branco, que representa a inocência e lado bom, Nina é perfeita. Mas ela não consegue interpretar bem o Cisne Negro, que exige malícia e sensualidade, algo que a nova bailarina Lily tem.
Na ânsia de não perder o papel, Nina começa a explorar seu próprio lado sombrio, tentando deixar de ser a filhinha da mamãe. Mas o lado sombrio não está nas sombras à toa.
A produção é um bom triller psicológico, que se intensifica a medida que a estória se desenvolve.
Interessante no roteiro é que ele todo se passa na visão da protagonista. Não há um ponto de vista de outro personagem que te permita saber se algo que se passou com a protagonista é real ou produto de sua mente perturbada.
Gostei também da abordagem do conflito interno do ser humano. Interessante como o lado bom é apresentado como sendo frígido, sem graça e até fraco. E o lado mau com interessante, forte e cheio de sensualidade. Bom para a gente pensar se isso é realmente assim. Afinal, o bem e o mal pode ser apenas uma questão de ponto de vista e cultura. A sensualidade em si, por exemplo, não tem nada de ruim, mas a nossa cultura a liga ao pecado e, portanto, ao mal.
Também é bom para ver até onde a obsessão por algo pode nos levar.
Natalie Portman realmente mereceu ganhar o Oscar de melhor atriz. Interpretar uma personagem tão complexa que busca descobrir em si mesma a sensualidade necessária para seu Cisne Negro, e todo conflito que isso gera, com certeza não foi fácil. Devo dizer que num filme onde as expressões faciais contaram muito, o belo rosto da atriz ajudou bastante. Mas será que precisava de tanta magreza?
Curiosidade: o filme foi orçado em US$ 13.000.000,00 (treze milhões de dólares) – milharia para os padrões do cinema - e já tem receita superior a US$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de dólares). Realmente um bom negócio. E prova que bons filmes não são necessariamente proporcionais ao seu cifrão.
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