quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cisne Negro (Black Swan)


Duração:  108 minutos.


            Nina Sayers é uma jovem bailarina muito dedicada.  Com o anúncio de uma nova versão de O Lago do Cisne surge sua grande oportunidade.  Será escolhida uma nova bailarina para representar as irmãs gêmeas, que são o Cisne Branco e Cisne Negro.  Para o Cisne Branco, que representa a inocência e lado bom, Nina é perfeita.  Mas ela não consegue interpretar bem o Cisne Negro, que exige malícia e sensualidade, algo que a nova bailarina Lily tem.    
            Na ânsia de não perder o papel, Nina começa a explorar seu próprio lado sombrio, tentando deixar de ser a filhinha da mamãe.   Mas o lado sombrio não está nas sombras à toa. 

            A produção é um bom triller psicológico, que se intensifica a medida que a estória se desenvolve.  
            Interessante no roteiro é que ele todo se passa na visão da protagonista.  Não há um ponto de vista de outro personagem que te permita saber se algo que se passou com a protagonista é real ou produto de sua mente perturbada.
            Gostei também da abordagem do conflito interno do ser humano.  Interessante como o lado bom é apresentado como sendo frígido, sem graça e até fraco. E o lado mau com interessante, forte e cheio de sensualidade.  Bom para a gente pensar se isso é realmente assim.   Afinal, o bem e o mal pode ser apenas uma questão de ponto de vista e cultura.  A sensualidade em si, por exemplo, não tem nada de ruim, mas a nossa cultura a liga ao pecado e, portanto,      ao mal.
            Também é bom para ver até onde a obsessão por algo pode nos levar.

            Natalie Portman realmente mereceu ganhar o Oscar de melhor atriz.  Interpretar uma personagem tão complexa que busca descobrir em si mesma a sensualidade necessária para seu Cisne Negro, e todo conflito que isso gera, com certeza não foi fácil.  Devo dizer que num filme onde as expressões faciais contaram muito, o belo rosto da atriz ajudou bastante.  Mas será que precisava de tanta magreza?
           
            Curiosidade: o filme foi orçado em US$ 13.000.000,00 (treze milhões de dólares) – milharia para os padrões do cinema - e já tem receita superior a US$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de dólares).  Realmente um bom negócio.  E prova que bons filmes não são necessariamente proporcionais ao seu cifrão.



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