terça-feira, 28 de junho de 2011

Sin city - A Cidade do Pecado


Duração: 126 minutos

            Na cidade do pecado três estórias independentes se cruzam. 

            Marv é um ex-presidiário em condicional que nunca teve sorte com as mulheres.  É tão feio que nem pagando conseguia nada.  Numa noite uma belíssima mulher lhe dá bola e ele tem uma noite inesquecível...  até acordar com ela morta ao seu lado e a polícia à porta.  Agora ele irá usar toda sua brutalidade para encontrar e matar o assassino daquela mulher encantadora.

            McCarthy segue alguns valentões até a cidade proibida, uma parte da cidade comandada por prostitutas.  Quando os valentões se excedem, são tratados com força mortal.  Mas estes guardam uma “bomba” que põe em risco a segurança de todos.  McCarthy, com a ajuda das meninas, fará o todo o possível para que essa “bomba” não estoure.

            O detetive John Hartigan está às vésperas de sua aposentadoria.  Mas antes salvará uma menina de 11 anos de um bandido tarado.  Só que o detetive se excede e o bandido tem um pai político muito influente.  Assim, ele é acusado de violentar a menina e é preso.  Oito anos depois ele terá que sair da cadeia para tentar salvar de novo a menina.

            O filme é muito fiel aos HQ’s em que se baseou, tanto nas falas quanto nas cenas.  A produção em preto e branco, num estilo noir, com alguns raros detalhes em cor e muito efeito especial deixaram-na com cara mesmo de quadrinhos.  A trilha sonora também ajudou muito.
            Quem é fã de quadrinhos e, principalmente, de Frank Miller, não pode deixar de ver.
            Mas se você não é fã de quadrilhos... Bem, muitos colegas meus não gostaram. 



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cisne Negro (Black Swan)


Duração:  108 minutos.


            Nina Sayers é uma jovem bailarina muito dedicada.  Com o anúncio de uma nova versão de O Lago do Cisne surge sua grande oportunidade.  Será escolhida uma nova bailarina para representar as irmãs gêmeas, que são o Cisne Branco e Cisne Negro.  Para o Cisne Branco, que representa a inocência e lado bom, Nina é perfeita.  Mas ela não consegue interpretar bem o Cisne Negro, que exige malícia e sensualidade, algo que a nova bailarina Lily tem.    
            Na ânsia de não perder o papel, Nina começa a explorar seu próprio lado sombrio, tentando deixar de ser a filhinha da mamãe.   Mas o lado sombrio não está nas sombras à toa. 

            A produção é um bom triller psicológico, que se intensifica a medida que a estória se desenvolve.  
            Interessante no roteiro é que ele todo se passa na visão da protagonista.  Não há um ponto de vista de outro personagem que te permita saber se algo que se passou com a protagonista é real ou produto de sua mente perturbada.
            Gostei também da abordagem do conflito interno do ser humano.  Interessante como o lado bom é apresentado como sendo frígido, sem graça e até fraco. E o lado mau com interessante, forte e cheio de sensualidade.  Bom para a gente pensar se isso é realmente assim.   Afinal, o bem e o mal pode ser apenas uma questão de ponto de vista e cultura.  A sensualidade em si, por exemplo, não tem nada de ruim, mas a nossa cultura a liga ao pecado e, portanto,      ao mal.
            Também é bom para ver até onde a obsessão por algo pode nos levar.

            Natalie Portman realmente mereceu ganhar o Oscar de melhor atriz.  Interpretar uma personagem tão complexa que busca descobrir em si mesma a sensualidade necessária para seu Cisne Negro, e todo conflito que isso gera, com certeza não foi fácil.  Devo dizer que num filme onde as expressões faciais contaram muito, o belo rosto da atriz ajudou bastante.  Mas será que precisava de tanta magreza?
           
            Curiosidade: o filme foi orçado em US$ 13.000.000,00 (treze milhões de dólares) – milharia para os padrões do cinema - e já tem receita superior a US$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de dólares).  Realmente um bom negócio.  E prova que bons filmes não são necessariamente proporcionais ao seu cifrão.



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Avatar




Duração: 166 Minutos

            Numa lua chamada Pandora, de um planeta gasoso de um sistema muito, muito distante, vivem humanóides chamados de Na’Vi, com cerca de três metros de altura.  Eles vivem em um estilo de vida semelhante ao indígena, totalmente integrados com a natureza ao redor.  Mas suas vidas estão ameaçadas devido à ganância dos humanos que querem o minério chamado Unobtainium, de enorme valor na Terra.
            Com o choque de culturas vem, inevitavelmente, o conflito e a guerra.  
            Tentando uma saída mais amena, a RDA, a empresa exploradora, cria o Programa Avatar, no qual cientista criam artificialmente corpos Na’Vi que podem ser controlados remotamente por humanos dos quais compartilharam material genético.  Assim, cada avatar só pode ser controlado por um humano específico.  Ou quase. 
            Jake Sully é um ex-fuzileiro paraplégico, cujo irmão gêmeo trabalhava no programa.  Com a morte deste, Jake é convidado a substituí-lo.  A generosidade do pagamento e a esperança de voltar a caminhar o convencem.
            Já em Pandora, e com a mente totalmente conectada ao seu avatar, um incidente o leva a conhecer a tribo local, que, de certa forma, o adotam e lhe ensinam sua cultura.   E quanto mais o tempo passa, mais ele ama essa nova vida (e uma fêmea Na’Vi).   Contudo, seus chefes querem se aproveitar dessa relação.   Agora Jake terá que decidir com quem estará sua lealdade e pelo o quê realmente vale a pena lutar.


            É difícil achar defeito em um filme tão bom (principalmente se você o assiste no cinema e com sua namorada).   O roteiro em si é realmente muito bom.  Só por si já seria um bom drama com boa dose de ação.  Mas o diretor foi sábio ao esperar quase uma década para que a tecnologia estivesse no ponto de conseguir produzir a visão dele da obra.  E graças a essa paciência podemos nos deleitar com um belíssimo show visual, que realmente encanta.  Mesmo sendo longo, não cansa assisti-lo. 



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ben-Hur

               

              Judá Ben-Hur é um bem sucedido mercador hebreu contemporâneo de Cristo.  Teve como amigo de infância Messala, filho de um senador romano.  Já adulto, este volta para a cidade como comandante dos soldados locais.  Ele tenta usar de sua amizade com Judá, e a influência deste com os hebreus, para garantir que a vinda de Pilatos seja trânquila.  Judá se recusa a trair seu povo, mas também não apoia os rebeldes hebreus. 
            Quando Pilatos entra na cidade, Judá e sua família assistem do terraço de sua casa.  Mas ao se apoiar na mureta, uma lajota se solta e cai sobre o ombro de Pilatos.  Os rebeldes hebreus aproveitam a deixa e atacam.  Pilatos é retirado salvo e ordena a Messala que cruxifique Ben-Hur e execute sua mãe e irmã.  Devido à sua amizade com a família Hur, ele envia Judá para as galés e as duas para a prisão.
            Sentindo-se traído pelo amigo e julgando mortas suas entes, Judá jura vingança e o destino fará que tenha a sua chance.

            O filme locado que assisti é, na verdade, uma minissérie em apenas dois episódios.  Mas a resenha acima serve também para o filme de 1959.
            Por ser uma minissérie, se espera uma produção de orçamento e qualidade menor que seria num filme.  Mas por ser recente, a série leva a vantagem dos recursos tecnológicos atuais.  A qualidade da imagem é certamente melhor e a atuação dos atores é, diria, mais natural.  Parece que em 1959 ainda se confundia um pouco cinema com teatro.  Ainda assim, a batalha de bigas romanas foi bem melhor na produção antiga.
            É estranho que com uma estória tão boa, digna de uma ótima refilmagem para o cinema, tenham optado por uma minissérie. 




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Megamente

Duração: 96 minutos


            Em um planeta muito distante prestes a ser destruído, dois pais colocam seu filho numa nave e o enviam para a Terra.  Mas não são os únicos a terem essa idéia.  Assim, duas naves com dois jovens bebês caem na Terra em locais diferentes.  Um cai numa casa luxuosa e se torna um super-herói de capa e topete, o Metroman.  O outro cai numa prisão e se torna o pior criminoso da cidade, o Megamente.  Ambos se tornam eternos arquinimigos.
            Finalmente, um dia, o vilão se surpreende ao ver que mais um dos seus infalíveis planos não falha.  O herói é derrotado e ele é o novo dono da cidade.  Agora terá todo o que quer.  Fácil demais, até.  E isto o leva a depressão.   Mas eis que surge um novo heróis na cidade, que acaba se tornando o pior dos vilões.  E para salvar Metrocity, Megamente terá que fazer, quem diria, as vezes de herói.

            A animação é boa e divertida.  Mas não traz tantas gargalhadas quanto se propõe.  Boa parte das piadas está nas referências e alguns detalhes.  Quem aí já não adivinhou o herói parodiado do Metroman?  Tem cenas em que Megamente se disfarça de um “Jor-El” com jeitão de “Poderoso Chefão” na caricatura de Marlon Brando, que fez os dois personagens no cinema.  Assim, é necessário ter certa cultura de quadrinhos e cinema e atenção a detalhes para rir um pouco mais.  Isto, e o conflito existencial do personagem principal, direcionam a animação para um público um pouco mais velho que o esperado.