domingo, 5 de dezembro de 2010

Happy Feet

Duração: 108 minutos.           
Mano é um pingüim que nasceu em um bando onde os machos conquistam as fêmeas pela canção.  Mas ele tem um problema: não sabe cantar.  Em compensação tem uma grande habilidade natural com os pés, o que o torna um excelente dançarino no melhor estilo sapateado.  Porém esse talento só o torna uma aberração em sua sociedade e uma vergonha para seu pai.  Sua canção de conquista terá que ser com os pés.  E ao tentar é repreendido pelos mais velhos e expulso do bando.
            Tentando ser aceito, ele parte à procura dos humanos responsáveis por deixar o oceano sem peixes e seus companheiro com fome.  Uma jornada que o levará a descobrir o verdadeiro potencial de seu talento.

            A animação, no melhor estilo musical, traz à tona uma questão: o diferente em meio a uma sociedade padronizada.
            Mano, o pingüim dançarino, não dispõe do recurso necessário para ser aceito em seu meio: a canção.  Sem isto não conseguirá um par, já que os machos literalmente cantam as fêmeas e estas escolhem a canção vencedora.
            A sociedade tenta lhe ensinar e impor o canto, mas seu talento para isto está igual ao ambiente, abaixo de zero.  Tal incapacidade de se ajustar o leva a ser rejeitado pelos seus e a ser a vergonha do pai.  Este ainda convive com o sentimento de culpa, achado que uma falha sua no passado foi a razão da “deficiência” do filho.  Aqui é fácil notar o elo com a realidade.  Quantos pais não se perguntam “onde foi que errei” por seu filho ser diferente (altista, surdo, cego, homossexual, com síndrome de Dawn, bailarino, etc.)
            Longe de ser uma deficiência, o que o nosso pingüim tem é uma linguagem tão boa quanto a canção: a dança.  Ele procura se expressar por ela e consegue mesmo alguns que a aceitam espontaneamente.  Mas logo é reprimido pelos anciãos (a classe dominante).  O bando sempre sobreviveu daquele jeito.  E num tempo de crise (fome) tais mudanças poderiam ameaçar a existência da espécie.  Só mais tarde, quando a mudança se mostra proveitosa, é que ela é aceita.
            Essa não aceitação de uma nova linguagem é visível também em nossa sociedade.
            Há alguns anos atrás os surdos estavam praticamente proibidos de usarem a linguagem dos sinais, principalmente nas escolas.  Se insistissem eram castigados.  Mas estes indivíduos são produtivos, são em considerável número e tem dinheiro para por no banco... opa! Não dá para ignorá-los.  Eles têm expressar sua vontade?  Sim, pela linguagem de sinais.  Estão já podem abrir conta, digo, já podem assumir legalmente suas responsabilidade civis.  Por força de lei, as instituições já estão começando a qualificar pessoal para o atendimento desse público.
                Outra abordagem possível é a questão ambiental.  De como a ação do homem  pode afetar todo um ecosistema e ameaçar a sobrevivência de algumas espécies (no filme, com a pesca predatória). 

            Assim a animação ajuda crianças e adultos a entenderem que aquele coleguinha ou amigo diferente pode fazer toda a diferença.  E de como a ação do homem pode afetar todo um ecosistema e ameaçar a sobrevivência de algumas espécies.

         Bom para ser usado por professores como base para alguns trabalhos sem ser tão chato como alguns filmes educacionais.

  
Veja também Happy Feet 2
 

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